“Certamente o Grito dos Excluídos
é uma das manifestações populares de maior expressividade que acontecem no país
de maneira dirigida, intencionalizada pelas organizações sociais, sindicais,
pastorais, entre outros organizadores”. Esta afirmação da coordenação nacional
do Grito dos Excluídos aponta que a construção unitária de debates e mobilizações
de rua é um dos caminhos para a construção do Projeto Popular para o Brasil.
Isto é o que aponta a 19ª edição
do Grito dos Excluídos, que em 2013 debate o tema da Juventude a partir do lema
“Juventude que ousa lutar constrói o
projeto popular”. Nesta semana já foram realizadas mais de 1000 atividades
pelo país desde seminários, vigílias, marchas e ações de protesto e
reivindicações.
Tradicionalmente, o Grito define
um tema que, desde o início do ano, é trabalhado em comunidades, bairros e
vilas de quase todos os estados brasileiros. No 7 de setembro, os organizadores
e inúmeros participantes saem às ruas para exigir direito ao transporte de
qualidade, saúde, educação, tarifas de água, luz e transporte acessíveis,
reforma agrária e urbana, entre outras dezenas de reivindicações. Neste ano, a
reforma política e a democratização dos meios de comunicação também estão sendo
debatidos.
Segundo a coordenação nacional do
Grito dos Excluídos, com a criação da Secretaria Nacional de Juventude, do
Estatuto da Juventude e do Conselho Nacional da Juventude, os jovens se
reconhecem cada vez mais como sujeitos de direitos e essas são conquistas, fruto
da luta organizada da juventude. “Mas apesar delas, ainda falta muito para que
se responda às necessidades da maioria dos jovens, pois grande parte deles não
estão sendo atendidos como deveriam”, afirma Ari Alberti, da secretaria
nacional do Grito.
Em sintonia com a Campanha da
Fraternidade 2013, cuja temática é “Fraternidade e Juventude”, e com o contexto
de mobilizações ocorridas nos últimos meses, nas quais a juventude tem sido
protagonista, o Grito deste ano avança com o debate sobre a juventude através
do Lema “Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular”. Além disso, o
Grito 2013 está em sintonia com a 5ª Semana Social Brasileira (SSB) que, desde
2011, realiza fortes momentos de reflexão sobre o Estado que temos e o Estado
que queremos, também levantando a relação entre o Estado e a juventude.
O Grito dos Excluídos tem sido
uma manifestação popular e espaço de animação e profecia. Sempre aberto e
plural a pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos
com as causas dos excluídos e excluídas. Como indica a própria expressão,
constitui-se numa mobilização com três sentidos: denunciar o modelo político e
econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de
pessoas à exclusão social; tornar público o rosto desfigurado dos grupos
excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; propor alternativas ao
modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão
social, com a participação ampla de todos os cidadãos e cidadãs.
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