Morre a escritora Nadine Gordimer
Biblioteca Azul publica Tempos de reflexão e Tempos de reflexão 2, que detalham como a Nobel de Literatura se tornou uma das mais importantes vozes contra a segregação racial.
Morreu
dia 13/07, aos 90 anos, a escritora sul-africana Nadine Gordimer, ganhadora do
prêmio Nobel de Literatura. Dela, a Biblioteca Azul, publica as memórias Tempos
de reflexão e Tempos de reflexão 2. Conhecida por ser uma
das principais vozes contra o apartheid, Nadine havia revelado em março que
tinha câncer no pâncreas.
"Quando
comecei a escrever, com nove ou dez anos, eu escrevia com o que passei a
acreditar ser a única verdadeira inocência - um ato sem responsabilidade. Pois
basta observar crianças muito pequenas brincando juntas para ver como o impulso
de influenciar, exigir submissão, defender a primazia trai a presença do
'pecado' humano natal, cujo castigo é a carga da responsabilidade. Eu estava
sozinha. Nem sabia como meu poema ou história saíam de dentro de mim. Não era
dirigido a ninguém, nem lido por ninguém", escreve Nadine Gordimer emTempos
de Reflexão - de 1954 a 1989.
Em Tempos
de reflexão - de 1990 a 2008, segundo e último volume da coletânea que
abrange mais de 40 anos de carreira da escritora sul-africana, ela trata
do tema liberdade, ou a falta dela - assunto no qual a escritora mantém
constantemente seu foco de atenção. Diz Nadine: "Salman Rushdie não tem
sido visto por... quanto tempo? Ele se tornou um dos Desaparecidos, como
aqueles que sumiram durante um período recente na Argentina e aqueles que
desaparecem sob o apartheid na África do Sul. Os governos repressivos têm o
poder de destruir vidas nos seus países; quando as religiões adotam esses
métodos, elas têm o poder de aterrorizar, por meio de seus fiéis, qualquer
parte do mundo. O edito do falecido aiatolá tem jurisdição por toda parte,
desdenhoso das leis de qualquer país. Os refugiados políticos dos regimes
repressivos podem procurar asilo político noutro lugar; Salman Rushdie não tem
para onde ir".
A autora Nadine Gordimer nasceu em 20 de
novembro de 1923, na África do Sul. Sempre procurou retratar questões sociais e
morais de seu país, em especial o apartheid. É uma das mais importantes vozes
contra a segregação racial. Publicou mais de 30 obras, entre contos e romances.
Ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1991.
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